GOVERNO LULA PRECISA RECRIAR A CORREIOSPAR PARA AUXILIAR OS CORREIOS EM NEGÓCIOS
Publicada dia 10/05/2025 19:59
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Texto de Márcio Martins (Secretário de finanças do SINTECT-MA)
Em um momento em que o Brasil retoma o papel estratégico das estatais no desenvolvimento nacional, o Governo Lula tem diante de si uma oportunidade decisiva: recriar a CorreiosPar, uma subsidiária dos Correios voltada à gestão de negócios complementares e parcerias estratégicas.
Os Correios, tradicionalmente vistos como um serviço postal, enfrentam hoje o desafio de se adaptar a um novo cenário de transformação digital, e-commerce, logística moderna e inclusão financeira. Porém, como empresa pública com obrigações legais específicas, os Correios nem sempre conseguem agir com a agilidade e a flexibilidade necessárias para atuar em segmentos de mercado mais dinâmicos. É justamente aí que entra a necessidade de uma estrutura como a CorreiosPar.
A Correios Participações S.A. (CorreiosPar) foi uma empresa criada no passado com o objetivo de permitir que os Correios participassem de sociedades empresariais, firmassem joint ventures e explorassem novos negócios com maior liberdade jurídica. No entanto, em 2019, sob a gestão do governo Bolsonaro, a empresa foi liquidada como parte do plano de enxugamento e desmonte das estatais, numa visão que restringiu o papel do Estado e as possibilidades de modernização das empresas públicas., perdendo-se uma importante ferramenta de inovação e captação de receitas.

Ao recriar a CorreiosPar, o governo federal poderia:
• Firmar parcerias com fintechs, para oferecer serviços bancários por meio das agências postais — inclusive em áreas remotas, onde nenhum banco chega.
• Explorar a logística de saúde, criando soluções específicas para transporte de medicamentos, vacinas e exames.
• Oferecer consórcios, seguros e serviços digitais, com a marca Correios, por meio de parcerias com empresas privadas sob controle público.
• Atuar em logística verde e logística reversa, com projetos de sustentabilidade que podem inclusive atrair investimentos estrangeiros.
• Modernizar o serviço postal com integração a plataformas de e-commerce e tecnologias emergentes, como drones e lockers inteligentes.
Essa nova CorreiosPar teria papel semelhante ao da BB Seguridade (subsidiária do Banco do Brasil) ou da Petrobras Biocombustível, funcionando como braço comercial, flexível, competitivo e conectado com o mercado privado, mas com compromisso público.
Com o apoio político necessário, a reativação da CorreiosPar poderia marcar o renascimento estratégico dos Correios como vetor de desenvolvimento nacional, geração de empregos, inovação logística e inclusão social — um passo à altura do projeto de reconstrução do Brasil liderado pelo presidente Lula.