PELO FIM DA VIOLÊNCIA: FINDECT REFORÇA OS 21 DIAS DE ATIVISMO E A MARCHA DAS MULHERES NEGRAS EM BRASÍLIA


Publicada dia 24/11/2025 15:00

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Data integra os 21 Dias de Ativismo e reforça a luta contra a violência de gênero, o racismo e as agressões digitais que atingem meninas e mulheres em todo o país.

O 25 de novembro é um marco mundial no enfrentamento à violência contra as mulheres e, no Brasil, ganha ainda mais força com a 2ª Marcha Nacional das Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver, que acontecerá em Brasília. A data faz parte da campanha dos 21 Dias de Ativismo, iniciada em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, e encerrada em 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.

Mulheres negras marcham em Brasília

Na próxima terça-feira, 25 de novembro, mulheres negras de todas as regiões do país vão ocupar a capital federal em um dos maiores atos políticos e sociais de enfrentamento ao racismo no Brasil. A concentração está marcada para às 8h30, em frente ao Museu Nacional, próximo à Rodoviária do Plano Piloto. De lá, as participantes seguem em caminhada até o Congresso Nacional.

A marcha — que chega à sua segunda edição — carrega a força histórica da primeira, realizada em 2015, quando mais de 100 mil mulheres negras marcharam contra o racismo, a violência e por condições dignas de vida e bem viver. Em 2025, o ato reafirma o protagonismo das mulheres negras na luta por direitos e denuncia a persistência das desigualdades estruturais que atravessam suas vidas.

Violência digital cresce e agrava riscos

A campanha dos 21 Dias de Ativismo traz neste ano um alerta urgente: o avanço da violência digital, que se tornou uma das agressões mais frequentes contra meninas e mulheres. Entre as práticas mais comuns estão:

✓divulgação não autorizada de imagens íntimas;

✓perfis falsos para perseguição e difamação;

✓chantagem e extorsão;

✓ataques coordenados contra mulheres que atuam na política, no sindicalismo e na vida pública;

✓discursos de ódio misóginos e racistas.

Organismos internacionais reforçam que a violência digital tem consequências diretas no mundo real e pode desdobrar-se em agressões físicas e feminicídios.

Mulheres negras são as principais vítimas das violências

O início da campanha em 20 de novembro não é simbólico: é um reconhecimento de que as mulheres negras são as maiores vítimas de todas as formas de violência no país. Os dados mostram essa realidade:

✓63,6% das mulheres assassinadas em feminicídios eram negras;

✓quatro mulheres são mortas por dia no Brasil;

✓64% dos feminicídios acontecem dentro de casa;

✓em 97% dos casos, o agressor é o companheiro ou ex-companheiro;

✓violência psicológica cresceu 6% no último ano;

✓mais de 100 mil medidas protetivas foram descumpridas;

✓mais de 1 milhão de chamadas ao 190 registraram violência doméstica.

Esses números evidenciam que o enfrentamento à violência de gênero exige combater também o racismo, que intensifica a vulnerabilidade das mulheres negras, periféricas e trabalhadoras.

Um calendário que amplia a consciência social

Os 21 Dias de Ativismo incorporam datas que ajudam a compreender a profundidade do problema e mobilizar a sociedade:

20/11 – Dia da Consciência Negra

25/11 – Dia Internacional de Combate à Violência contra a Mulher

01/12 – Dia Mundial de Combate ao HIV/Aids

03/12 – Dia M – enfrentamento da violência contra meninas

06/12 – Dia do Laço Branco (homens pelo fim da violência)

10/12 – Dia Internacional dos Direitos Humanos

Durante esse período, sindicatos, movimentos sociais e instituições públicas realizam debates, rodas de conversa, formações e mobilizações para fortalecer políticas de prevenção e proteção.

Retrocessos e ameaças no campo político

Entidades feministas e sindicais também alertam para iniciativas no Congresso que fragilizam direitos e colocam meninas e mulheres em maior risco, como propostas que reduzem a proteção a vítimas de violência sexual ou dificultam o acesso ao aborto legal. Esses retrocessos reforçam a necessidade de mobilização permanente da sociedade civil.

A mensagem central dos 21 Dias de Ativismo é clara: violência contra meninas e mulheres não pode ser naturalizada nem tolerada — seja em casa, nas ruas, nas instituições ou na internet. Casos de violência podem e devem ser denunciados pelo Disque 180, canal nacional de orientação e acolhimento.

Fonte: FINDECT

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