FINDECT COBRA SUSPENSÃO DA ENTREGA UNIFICADA POR FALTA DE PARTICIPAÇÃO SINDICAL NO PROCESSO

Os representantes da FINDECT denunciam a imposição do novo modelo sem diálogo e alertam para prejuízos nas unidades e aos trabalhadores.

Nos dias 16 e 17 de julho, a FINDECT participou das reuniões do Grupo de Trabalho sobre Distribuição Domiciliária (GT-DD), realizadas na sede dos Correios, em Brasília. A Federação foi representada pelos diretores Sílvio Prudêncio e John Miranda, que defenderam a suspensão imediata da Entrega Unificada, modelo que vem sendo implantado pela empresa sem a participação das entidades sindicais nem o diálogo com os trabalhadores.

Durante os debates, a FINDECT alertou para os problemas já identificados nas unidades onde o modelo foi implementado. Registros e denúncias apontam acúmulo de objetos, desorganização, assédio moral por metas abusivas e extinção de funções tradicionais como carteiros pedestres, ciclistas e, futuramente, motociclistas.

A empresa apresentou o CDD Tatuquara (PR) como exemplo de aceitação do novo modelo, mas não forneceu dados técnicos que comprovem isso. A realidade observada pela Federação é de forte insatisfação, com paralisações no Paraná e indicativos de greve em outros estados, como o Maranhão.

A FINDECT reforçou sua posição em defesa da entrega diária sem alternância e matutina como padrão nacional. Qualquer mudança no modelo de distribuição precisa ser debatida no âmbito do GT, com participação efetiva dos sindicatos e acompanhamento nas unidades.

Outros pontos discutidos nas reuniões:

• Entrega até 22h: a FINDECT apontou os riscos à saúde e segurança dos trabalhadores. A empresa informou que a adesão seria voluntária e aplicada somente em áreas seguras, mas não apresentou garantias nem estudos técnicos.

• Entrega em dupla no período noturno: a proposta foi negada pela empresa, que alegou custo elevado, sem apresentar justificativas técnicas.

• Uso da marca Correios no Marketplace: a Federação cobrou mais transparência na parceria com a Infracommerce e sugeriu que os Correios utilizem melhor seus próprios canais de divulgação.

• Mudança de “distrito” para “rota”: o GT rejeitou a proposta, por entender que ela pode flexibilizar rotinas de trabalho e dificultar o controle de carga.

• Contradições da direção dos Correios: foi cobrada explicação após a empresa afirmar ao Novo Banco de Desenvolvimento que o modelo da Entrega Unificada já estaria consolidado. A FINDECT questiona: se tudo já está decidido, qual é o papel do GT?

A FINDECT reafirma que não aceitará qualquer mudança imposta sem debate, planejamento e respeito aos trabalhadores. Reestruturar a distribuição sem escutar quem está na linha de frente é desvalorizar toda a categoria.

Seguimos mobilizados e vigilantes na defesa de um Correio público, de qualidade e com condições dignas para os trabalhadores.

Fonte: FINDECT