CORREIOS VIVEM ATAQUE AOS DIREITOS NO GOVERNO LULA E TRABALHADORES QUESTIONAM: “ESTAMOS NO GOVERNO BOLSONARO?”
Publicada dia 14/12/2025 12:02
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O que está acontecendo nos Correios levanta uma pergunta incômoda e cada vez mais presente entre os trabalhadores: estamos no governo Bolsonaro? O fantasma do desemprego, da retirada de direitos e do desmonte das estatais volta a assombrar a categoria justamente sob um governo que se elegeu com o discurso de defesa da classe trabalhadora.
Às vésperas do Natal, milhares de trabalhadores dos Correios correm o risco de ficar sem o pagamento integral do 13º salário e do ticket extra, benefício essencial para garantir uma ceia digna às famílias. A situação gera revolta, indignação e um profundo sentimento de traição por parte de um governo que prometeu reconstrução, mas hoje impõe retrocessos.
Desde julho, as negociações entre trabalhadores e governo federal não avançam por responsabilidade direta dos representantes indicados pelo próprio governo Lula. Na mesa de negociação, a postura tem sido clara: defender a retirada de direitos históricos, inclusive aqueles que o próprio governo afirmou ter recuperado ao reassumir a gestão dos Correios em janeiro de 2023. Para os trabalhadores, trata-se de uma contradição inaceitável e de um ataque frontal às conquistas da categoria.
Enquanto isso, o governo finge negociar. Sindicatos e representantes dos trabalhadores têm demonstrado paciência e responsabilidade desde agosto, tentando construir um acordo. Em contrapartida, recebem desprezo, protelação e propostas que rasgam direitos. Tudo isso contradiz o discurso do presidente Lula, que gosta de relembrar sua origem sindical e se apresentar como defensor dos trabalhadores em palanques e entrevistas.
Na última semana, trabalhadores dos Correios realizaram atos simbólicos em frente ao Palácio do Planalto e à sede dos Correios. A exigência foi simples e legítima: respeito. Respeito a quem carrega a empresa nas costas todos os dias. Respeito aos direitos conquistados com luta. No entanto, a resposta dos representantes do governo foi o deboche e a aposta no caos, torcendo para que uma grande greve exploda e sirva de cortina de fumaça para justificar o desmonte.
A situação ficou ainda mais grave após audiência de conciliação no Tribunal Superior do Trabalho (TST). Durante a sessão, o governo Lula afirmou de forma explícita que não há conciliação e que seguirá defendendo a retirada de cláusulas e direitos dos trabalhadores. A reunião se estendeu por 12 horas, das 9h às 21h, e terminou sem qualquer avanço, frustrando uma categoria que já não suporta mais promessas vazias.
Diante da intransigência do governo, os trabalhadores dos Correios já marcaram assembleia para o dia 16, com indicativo de deflagração de greve. A responsabilidade por uma paralisação nacional será exclusivamente do governo federal, que se recusa a dialogar de forma séria e respeitosa.
O recado dos trabalhadores é direto e contundente: quem ataca direitos não pode se esconder atrás de discursos históricos. Se o governo insiste em repetir práticas do passado recente, a resposta virá da luta e, principalmente, das urnas em 2026.