OS DESAFIOS DO NOVO GOVERNO


Publicada dia 14/09/2022 18:14

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Todo esse desmonte da legislação e da estrutura social é promovido pelo atual governo com interesse claramente identificado em favorecer os interesses dos bancos, das grandes corporações e do capital. Mas também de desestruturar o estado, atacar os direitos trabalhistas e as políticas públicas em geral para dar espaço ao controle dos territórios por milícias armadas.

Encerramos nossa série mostrando o que é o projeto do bolsonarismo, com ou sem Bolsonaro. Um projeto que precisa ser combatido e derrubado, pois representa a anomia social, ou seja, a constituição de uma situação social de ausência de regras e normas, onde os indivíduos armados e violentos desconsideram os necessários controles sociais que regem a sociedade, e impõem sua vontade à força. É o caso das milícias que controlam territórios no Rio de Janeiro, claramente o modelo de sociedade do bolsonarismo.

Algumas ações necessárias

● Fortalecer o estado e resgatar sua importância como promotor das políticas públicas. Recolocar em pauta a importância do estado incentivar e gerir a economia, resolver problemas estruturais, cuidar da saúde, da educação, da moradia, do transporte, etc. Um país sem estado e regulado pelo mercado (bancos e corporações capitalistas) só aprofunda os problemas estruturais e a concentração de renda e a desigualdade, que são a raiz dos problemas atuais

● Economia financeirizada é fator de crise. Algo precisa mudar, porque ela está matando o investimento produtivo e a industrialização. Com a primazia do rentismo, os donos do dinheiro são incentivados a aplicar na ciranda financeira, em vez de investir na produção. E só esse investimento gera emprego, renda e fortalecimento do mercado interno e da economia do país. O dinheiro aplicado nos bancos fica parado, é improdutivo e parasitário.

● É preciso ter coragem e projeto para mexer na estrutura da economia no atual formato de funcionamento do capitalismo. Isso passa por um pacto com a indústria para ampliar o investimento produtivo. Pelo resgate do estado como promotor de obras, e do BNDES como financiador da produção nacional.

● Passa também pela redução dos juros, para tirar o incentivo à especulação e ao rentismo e para possibilitar empréstimos empresariais e familiares sem os abusos vistos hoje na cobrança de juros que dobram todas as dívidas e comprometem a renda das famílias e a existência da micro e pequena empresa, as maiores geradoras de emprego.

● Reduzir a jornada de trabalho como forma de criar mais empregos é uma bandeira a ser resgatada. Assim como fortalecer os sindicatos e as negociações salariais e de direitos, tirando a força e o poder dado às empresas de impor o que querem, com arrocho salarial e retirada de direitos, na maioria das vezes com apoio do judiciário.

● A garantia de renda básica como programas sociais consistentes, abrangentes e bem estruturados é uma necessidade. É a forma de introduzir todos na trama social, no consumo, no emprego, na escolarização. E isso deve ser prioridade, pois toda a população deve ter direito de ganhar e viver a vida.

● Fazer AS REFORMAS ESTRUTURAIS REALMENTE NECESSÁRIAS para o país. Como a tributária, em que é preciso criar uma tributação progressiva, fazendo quem tem mais pagar mais. Hoje no Brasil é o contrário. O trabalhador tem desconto na fonte, enquanto os ricos pegam muito pouco ou nada. É preciso ter a coragem de taxar as grandes fortunas, a renda das aplicações financeiras e o capital improdutivo, que fica parado, crescendo no rentismo e travando o desenvolvimento da economia real e produtiva.

● Investir na educação, na saúde e nos serviços públicos. Num país pobre, com enorme disparidade na distribuição da renda e desigualdade social e sem serviços consistentes, a maioria da população fica simplesmente sem atendimento. Serviços públicos decentes significa dignidade para o povo e um salário indireto devido à gratuidade. Também leva à criação de condições para a inserção social e à melhoria dos índices de pobreza e desigualdade.

Esses são apenas alguns dos desafios do próximo governo

Todos nós trabalhadores dos Correios e eleitores no geral precisamos estar atentos às propostas e aos programas governamentais. Ouvir o que dizem, mas também ler os materiais divulgados e tentar entender quem realmente tem projeto e condições de fazer um Brasil melhor para os brasileiros.

A situação atual não pode perdurar. Um Brasil dividido pelo ódio, afetado pela inflação e pelo desemprego, um povo passando fome e todo tipo de necessidade, enquanto os bancos, as grandes corporações e os rentistas em geral ficam cada dia mais ricos é inaceitável!

Um governo que destrói a economia do país, entrega as estatais, libera o desmatamento da Amazônia, acaba com os direitos dos trabalhadores, deixa a inflação e os preços em geral dispararem para agradar às empresa e governo para os ricos em geral, é inaceitável!

A mudança começa com o voto e vai muito além, com participação ativa dos trabalhadores dos Correios e da população em geral na vida política do país. Eleger os representantes certos é determinante, mas só isso não basta.

É preciso se organizar nos bairros, nas empresas, nas escolas, nas redes sociais e em todos os espaços existentes para atuar, pressionar, cobrar, fiscalizar e exigir um país que funcione melhor e para todos os brasileiros!

Fonte: Findect

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