O QUE É ESSENCIAL NÃO SE VENDE! FINDECT LANÇA CAMPANHA EM DEFESA DO CORREIO PÚBLICO
Publicada dia 15/04/2021 22:49
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PUBLICADO EM 15 DE ABRIL DE 2021
A live ‘O que o Brasil perde com a venda dos Correios’ lançou a Campanha encampada pela FINDECT e os Sindicatos filiados ‘Correios, o que é essencial ao povo, não se vende!’
Eduardo Costa Pinto, professor de economia política e economia brasileira do instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), dialogou sobre os impactos da venda dos Correios para o Brasil com os dirigentes da FINDECT e dos Sindicatos filiados José Aparecido Gandara, de Bauru, Ronaldo Martins, do Rio de Janeiro, e Douglas Melo, de São Paulo.
Os dirigentes dos Sindicatos e da Federação explanaram sobre a importância dessa campanha para defender a empresas e o serviço público de Correios, essencial para a população e para a nação.
Explicaram que a live deu início a um ciclo de debates, mobilizações e ações unitárias em defesa dos Correios, dos trabalhadores e do serviço postal brasileiro a través de várias iniciativas como site, página no facebook, instagran e twiter, materiais impressos e de publicidade para impulsionar as ações junto à categoria, à população e ao Congresso Nacional, contra as iniciativas legislativas do governo para vender a ECT, como o PL 591\21 e o recente Decreto 10.674, no dia 13 de abril de 2021.
O que é público deve ser defendido
O Professor Eduardo fez uma apresentação a partir do tema que o Brasil perde com a venda dos Correios. Explicou que a propaganda dos governos e da mídia empresarial associam tudo que é público com a corrupção. É uma tática para colocar em marcha o plano neoliberal de abrir frentes de acumulação de capital para um grupo restrito de empresários.
Um exemplo é o SUS, que vinha sendo descreditado e desmontado e privatizado antes da pandemia, e mostrou que sem ele a população pobre não sobrevive.
Os Correios são extremamente lucrativos, como mostrou o professor Eduardo na apresentação, com números concretos sobre o balanço financeiro dessa empresa que repassa dividendos para o tesouro nacional e tem a função pública importantíssima de ligar a integrar municípios nacionais e o povo brasileiro.
O banco postal é um grande exemplo. Os bancos privados jamais abririam agências em pequenas cidades, sem um grande fluxo econômico.
O economista defendeu a necessidade das estatais como empresas que não visam maximizar lucros. Só acumulam recursos para melhorar sua infraestrutura para melhor cumprir seu objetivo público e atender as políticas estatais.
No caso dos Correios, isso significa garantir e melhorar cada vez mais uma malha ampla de logística que atenda todo o país, integre e de acesso aos serviços oferecidos à população.
Para Eduardo, o monopólio público e universalização dos serviços é uma necessidade e deve ser defendido. Ele subverte a lógica das empresas privadas e garante elementos que os entes privados jamais garantiram, como agências e serviços da empresa e o banco postal em todos os municípios. Sair do monopólio público para um privado vai levar a aumento de preços e à exclusão da população mais pobre de acesso aos serviços antes oferecidos a todos.
Eduardo explanou sobre a lógica falaciosa do governo para sustentar seu projeto de privatização, de que vai melhorar preços e eficiência. Explicou que a destruição dos Correios públicos vai criar um monopólio privado no país, que vai atuar em setores lucrativos e abandonar os outros.
Se isso se efetivar perderão a população e os pequenos e médios negócios. Os serviços serão centralizados nos locais de maior público e receita, que no caso do Brasil são a minoria.
A importância do benefício cruzado foi bem explicitada pelo presidente da FINDECT, José Aparecido Gandara.
Ele apontou serviços que não seriam feitos, ou seriam extremamente caros para o governo, se fossem feitos pela iniciativa privada, como o esforço concentrado na black Friday e a logística das provas do Enem e das urnas eletrônicas. E deixou claro que sem a compensação dos serviços não lucrativos com os lucros das grandes localidades, não há como atender toda a população e realizar esses serviços sociais essenciais.
Gandara levantou ainda a importância dos trabalhadores participarem de debates como esse, que trazem dados e subsídios para os trabalhadores se informarem sobre o que está ocorrendo, o que está em jogo e ajudar a divulgar a luta e a discussão em defesa dos Correios.
Além dessas questões, inúmeras outras fundamentais sobre os Correios entraram em debate. Veja a íntegra:
Fonte: FINDECT