INTERVENÇÃO NA PETROBRÁS MOSTRA UM BRASIL SEM RUMO, OU RUMANDO AO PRECIPÍCIO


Publicada dia 22/02/2021 23:13

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PUBLICADO EM 22 DE FEVEREIRO DE 2021

A falta de vacina é só uma das expressões da descoordenação e do desgoverno que imperam num país assolado pelo desemprego e sem auxílio emergencial, em que a preocupação central do presidente é armar a parte da população que o defende, enquanto segue gerando factoides e falsidades, como no caso da demissão do presidente da Petrobrás!

O presidente da Petrobras foi demitido por Bolsonaro na sexta, 19 de fevereiro, após o quarto aumento dos combustíveis no ano, com alta de 27%. No lugar dele colocou mais um o general da reserva.

Qualquer semelhança com os Correios não é mera coincidência. Sob o atual governo, a administração do país já está mais militarizada que no período da ditadura militar. Além dessa, a outra semelhança é falta de projeto e de rumo desse governo para o país.

No caso das estatais, só o que ele vê é a privatização. Planeja entregar todos os setores produtivos ao mercado, aos empresários, aos especuladores e aos bancos.

Desindustrialização e dependência

A interferências na Petrobras é expressão do direcionamento dado à economia nacional. Ela encontra-se numa via regressiva, que coloca o país na condição de colônia dependente dos EUA e países ricos e produtor de matéria primas para eles. Algo como um retrocesso ao período do Brasil colônia de Portugal.

Nesse contexto, o governo subordina o Brasil à reconfiguração do capitalismo global, destruindo a anteriormente produtor e exportador de bens industriais, para dar lugar cada vez mais à “vocação” agropecuária e extrativa, exportador de alimentos e minerais.

Entender a Petrobrás passa por essa compreensão do direcionamento dado à economia nacional. O governo fechou a maioria das refinarias nacionais. Como isso, exporta o Petróleo que extrai e tem que importar combustíveis a preços internacionais.

Populismos e mentiras

Bolsonaro disse que a mudança na Petrobrás foi por conta dos aumentos no diesel. Na verdade, está preocupado em acalmar os caminhoneiros, que ameaçam fazer greve, e quis faturar politicamente se passando por amigo deles. Porque mudar o presidente e não redirecionar a política da empresa não vai levar a nada.

A Petrobras hoje ainda é presidida pelo governo, mas é uma empresa de capital aberto. Suas ações são vendidas nas bolsas de todo o mundo e quase metade delas está nas mãos de especuladores e empresários. Eles têm força para direcionar a política da empresa a lhes garantir lucros e dividendos, não a atender as necessidade do povo.

Como escapar disso

No governo Dilma Rousseff, o preço do combustível era controlado. Michel Temer entregou as decisões ao mercado, indo ao outro extremo. É como está hoje. Isso obriga qualquer direção da estatal a aumentar os preços dos combustíveis toda vez que eles crescerem no mercado internacional ou que o real desvalorizar em relação ao dólar.

Uma gigante como a Petrobrás influência toda a economia, do custo do transporte ao dos alimentos. Não deve apenas produzir ganhos a seus acionistas privados, mas praticar e influenciar outros setores econômicos e executar políticas de desenvolvimento social.

Se incentivada, ela pode crescer ao ponto da autossuficiência na produção de combustíveis e do controle dos preços internos, que deve considerar as necessidades de cada setor, como o dos caminhoneiros, que envolve o transporte de alimentos e demais bens de consumo.

Em vez de remunerar acionistas e empresários com seus lucros, eles podem e devem ser usados para financiar a saúde e a educação, e para apoiar a expansão ferroviária e hidroviária, por exemplo, necessária num país de dimensões continentais.

O que tudo isso diz sobre os Correios?

Os Correios são essenciais para a integração, a segurança e a soberania nacionais e para garantir o direito da população à comunicação postal. Mas estão sendo destruídos pelas políticas do governo, assim como a Petrobrás e a Eletrobrás.

Com direcionamento correto, ele também pode ser gerido para se desenvolver, dominar o setor de logística e favorecer ainda mais a economia nacional, com baixo custo para os produtores e comerciantes internos no crescente mercado digital.

Mas a política desse governo é entregar tudo para o setor privado extrair lucros. Se ele conseguir isso, em pouco tempo ocorrerão situações com a atual dos combustíveis.

Só então todos vão entender que para ter serviço postal de qualidade, para correspondências e encomendas, com preços baixos e atendimento garantido para todos os brasileiros, só com os Correios Estatais e com um governo voltado a atender os interesses e necessidades da população, não dos donos do capital.

Fonte: FINDECT

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