GREVE DOS TRABALHADORES DOS CORREIOS COMEÇA FORTE EM TODO O PAÍS
Publicada dia 18/08/2020 23:05
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PUBLICADO EM 18 DE AGOSTO DE 2020
Reivindicação da categoria é respeito a decisão do TST tomada em 2019, que definiu a validade do atual Dissídio Coletivo até 2021, e manutenção dos direitos que a empresa ameaça destruir!
Em assembleias realizadas por todo país, foi decretada greve nacional da categoria a partir das 22h de segunda-feira, 17 de agosto, por tempo indeterminado. E em todas as bases a greve começou com adesão recorde.
A forte mobilização que os Sindicatos filiados à FINDECT fizeram e os motivo de grande disposição de luta estão nos ataques da atual direção da empresa e Governo Federal, com a retirada de direitos históricos dos trabalhadores da categoria, falta de proteção para o trabalho “essencial” nesse momento de pandemia e veiculação constante de mentiras sobre a real situação da empresa, como forma de justificar a retirada de direitos e o encaminhamento da privatização dos Correios.
Desrespeito ao Dissídio Coletivo
Na negociação coletiva de 2019, o TST arbitrou e definiu por sentença normativa um Dissídio Coletivo com validade de dois anos, até agosto de 2021. A direção da empresa recorreu ao STF, que concedeu liminar para suspensão de duas cláusulas, sendo uma delas a duração.
Mesmo sem o julgamento do mérito, a direção da empresa se achou no direito de decidir que o acordo passou a ter validade de um ano. Unilateralmente, convocou negociações e apresentou uma “proposta” que destrói o Acordo Coletivo, com a retirada de 70 das 79 cláusulas atuais e dá reajuste zero.
Essas cláusulas contêm benefícios negociados ao longo de décadas, a maioria como compensação os baixos salários pagos pela estatal. A média salarial dos trabalhadores operacionais é de R$ 1.700,00, enquanto o alto escalão tem ganhos na casa de R$ 50 mil. Ou seja, o salário do presidente dos Correios paga o salário de 24 trabalhadores da base, e de forma maldosa, propõe redução na remuneração e benefícios dos trabalhadores que mais produzem e geram lucro pra ECT.
Não houve conclusão de negociações nem fechamento de acordo, mas a direção da empresa está praticando a “proposta” que apresentou e já reduziu e retirou diversos direitos da categoria.
A categoria não reivindica nenhum direito ou benefício novo, nem aumento salarial, mas apenas a manutenção do atual Acordo Coletivo, com respeito à decisão soberana do TST em 2019, sem a destruição de suas cláusulas.
Por trás desta retirada de direito dos trabalhadores dos Correios está o plano da atual direção da empresa, fiel ao governo, de liquidar os Correios a qualquer custo. O enxugamento da folha salarial ao mínimo é uma das exigências do mercado. Vale lembrar que essa privatização foi um ponto forte da campanha eleitoral do atual Presidente da República, Jair Bolsonaro.
Não caia no conto de fadas da direção dos Correios, que distorce descaradamente junto aos veículos de comunicação dizendo que a greve tem baixa adesão, porém a realidade é outra, em todo país os trabalhadores atenderam o chamado dos sindicatos e estão na luta para manter seus direitos, benefícios e empregos.
Confira quais são os direitos conquistados que a direção da ECT e governo federal estão retirando dos trabalhadores ecetistas
Os principais são:
1. AADC – adicional de atividade distribuição e coleta
2. Reduzir a licença maternidade e período de amamentação
3. Abono acompanhante
4. Averiguação das condições de trabalho pelo técnico de segurança do sindicato
5. Empregado inapto para o retorno ao trabalho
6. Fim do Auxilio para dependentes/filhos especiais
7. Redução da idade de 7 para 5 para o reembolso creche/babá
8. Fim do vale cultura
9. Redução do adicional noturno
10. Fim da comissão de acidentes de trânsito
11. Fim do vale peru
12. Fim do ticket nas férias
13. Redução de 4 tickets mensais, conquista de 2014
14. Aumento do compartilhamento dos tickets
15. Fim da clausula que autoriza o sindicato visitar e fazer reuniões com os trabalhadores nas unidades e liberações de dirigentes sindicais
16. Estabilidade para Delegado sindical
17. Fim do fornecimento dos tickets durante afastamento por acidente de trabalho
Essas e mais outras dezenas de cláusulas conquistadas através de muita luta da categoria estão correndo risco, estamos em greve para defender nossos direitos, benefícios e o sustento de nossas famílias.
Vamos lutar e alcançar nossa vitória com muita unidade e disposição de luta!
Fonte: FINDECT