REGISTRO HISTÓRICO DE ORIENTAÇÃO DA DIRETORIA DO SINTECT MA E DO DIRETOR DA FINDECT, WILSON ARAÚJO AOS TRABALHADORES E TRABALHADORAS, SOBRE O FUTURO DOS CORREIOS A PARTIR DE 2019
Publicada dia 18/10/2018 12:26
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Por favor, leiam atentamente e guardem este texto durante os próximos 4 anos
Caros colegas trabalhadores e trabalhadoras em Correios, terceirizados e suas famílias. É função dos representantes dos trabalhadores orientar funcionários, trabalhadores, suas famílias e a sociedade sobre as decisões que possam afetar o futuro da empresa Correios e das pessoas que com ela lidam. Nenhuma orientação abaixo é baseada em falsas informações ou em ameaças desta diretoria contra o ECTista que estiver fazendo leitura deste texto orientador.
Até o momento, quando esta orientação está sendo escrita, o que temos de informações avaliadas em entrevistas, planos de governo, anúncios do candidato Haddad, é que este tem o compromisso de ser mais duro contra a má gestão nas estatais, de manter as empresas sob o controle do Estado e de valorizar salários/benefícios com a intenção de reativar a economia. Em diversas oportunidades foi incluído o nome de Correios como empresa estratégica para o Brasil, que deve ser melhorada e mantida para o bem do povo.
Nesse mesmo período, o candidato Bolsonaro já falou em pelo menos 6 entrevistas diretamente sobre Correios e em 5 entrevistas deixou claro que Correios não devem continuar sendo empresa pública e ao menos 1 vez citou que esta deveria ser extinta. Além disso, afirmou que se ninguém quiser comprar, ela deve mesmo ser extinta. O candidato adotou o discurso de que o governo deve se desfazer de tudo o que não é estratégico, que as empresas que continuarem estatais devem ser diminuídas até ficarem com o mínimo possível em quantidade de trabalhadores e que as demais devem ser vendidas para que se tenha dinheiro em um primeiro momento no governo dele para aplicar naquilo que ele desejar.
Nega ainda a responsabilidade do governo em tratar os desiguais de forma desigual, o que retira o caráter social da empresa Correios, que é o que mantém mais da metade dos funcionários sendo necessários. Seu filho, (Eduardo Bolsonaro) eleito deputado federal, tem projeto de lei para acabar com o monopólio postal, o que realmente levaria à possibilidade de extinção da empresa.
Estes projetos contam com amplo apoio de Paulo Guedes, já anunciado futuro super ministro da área econômica e que está sendo investigado por vínculos em fraudes realizadas no POSTALIS enquanto trabalhou em conjunto com o MDB. A investigação contra ele prossegue, não tendo sido até o momento concluída.
De forma mais ampla, no campo das garantias gerais de trabalho, o candidato Bolsonaro defende medidas em que o dinheiro dos impostos seja usado para pagar empresas privadas para serviços fornecidos à população. Por diversas vezes já afirmou que vai DEFENDER A SEGURANÇA DOS LUCROS AOS EMPRESÁRIOS mesmo que isso venha a significar MENOS DIREITOS AOS TRABALHADORES e MAIS EMPREGOS SEM ESSES DIREITOS, DIMINUIÇÃO DA FORÇA DA JUSTIÇA DO TRABALHO e que tem como meta a PRIVATIZAÇÃO ou EXTINÇÃO de 50 das 150 estatais no primeiro ano, sendo que as demais serão privatizadas ou extintas nos próximos 3 anos.
Sobre a relação de diálogo e profissional com os sindicatos e centrais sindicais o candidato Haddad conta com o apoio de todas as centrais sindicais e com isso, diálogo facilitado com estas entidades.
Já o candidato Bolsonaro afirma há décadas (e até a presente data não mudou o discurso) que irá fechar completamente o diálogo contra o que ele afirma serem organizações terroristas (MST, centrais sindicais, sindicatos, ONGs, etc.) ou pessoas que não apoiem o plano do Bolsonaro de governo, que como já dito, incluirá ataques aos direitos fundamentais dos trabalhadores.
Não existirá oportunidade para os sindicalistas e defensores dos trabalhadores de mostrarem o quanto o Correios pode ser lucrativo, o quanto esta empresa é importante para o Brasil e o seu potencial. Restará a luta dos trabalhadores em qualquer que seja o governo e a justiça do trabalho resistir aos ataques já que os deputados federais e senadores eleitos para os próximos 4 anos de mandato em sua ampla maioria são representantes também das empresas, de falsos religiosos e de admiradores da violência em geral. O número de representantes dos trabalhadores eleitos caiu novamente para os próximos 4 anos, o que levará novamente a sermos minoria.
Explicado o cenário, justificado com clareza e baseado na verdade pesquisada até a presente data, para a defesa do emprego dos trabalhadores, para que os Correios continuem como empresa estatal e patrimônio do Brasil, para que as medidas ultra liberais até o momento expostas pelo candidato Bolsonaro não sejam aplicadas na sociedade, contra a cultura da violência sendo combatida com mais violência e para que aqueles que se manifestem contrários aos projetos do candidato Bolsonaro não sejam classificados como criminosos em um governo fascista, orientamos aos trabalhadores para votarem contra o candidato Bolsonaro, e assumam a responsabilidade de buscar mais votos contrários ao projeto apresentado por ele e que se manifestem firmes contra a perda de direitos, contra privatizações e contra o fascismo.