HADDAD DESCARTA PRIVATIZAÇÃO E REFORÇA QUE O ESTADO NÃO ABRIRÁ MÃO DOS SERVIÇOS POSTAIS E DA UNIVERSALIZAÇÃO
Publicada dia 27/11/2025 16:24
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A declaração do ministro da Fazenda, Fernando Haddad em entrevista à GloboNews, jogou luz sobre um dos debates mais importantes do momento: o futuro dos Correios. Ele afirmou que não existe no governo Lula qualquer discussão sobre privatizar a estatal, reforçando que nenhum ministro defende abrir mão do serviço postal público e fundamental para a integração nacional e para milhões de brasileiros.
Nos últimos dias, os trabalhadores dos Correios acompanham com preocupação uma série de ataques da mídia privada contra a estatal. Manchetes, editoriais e análises apressadas tentam pintar a ECT como inviável, preparando terreno para a velha ideia de privatização. Em meio a esse bombardeio, uma fala do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, trouxe clareza: o governo Lula não discute vender os Correios.
Haddad foi direto ao afirmar que nenhum ministro defende a privatização. E lembrou que a maior parte dos países mantém o serviço postal no controle público, justamente porque ele é fundamental para garantir atendimento universal, algo que o mercado jamais se comprometeu a fazer.
A ofensiva da mídia e os interesses por trás
A campanha contra os Correios não é gratuita. Grandes veículos como Globo e Folha têm publicado editoriais defendendo a venda ou até o fechamento da empresa. Essa postura está alinhada à lógica neoliberal, que busca reduzir o papel do Estado e transformar serviços públicos em oportunidades de lucro para grupos privados.
Essas empresas não discutem a função social dos Correios, não analisam soluções para fortalecer a estatal e ignoram os milhões de brasileiros que dependem dela diariamente. O que interessa é abrir espaço para o mercado, mesmo que isso coloque a população em risco.
Por que querem os Correios?
A lógica é simples: onde houver patrimônio público capaz de gerar lucro, haverá interesse privado. O neoliberalismo, desde os anos 1970, trabalha para transformar estatais em fonte de renda para empresários e para o capital financeiro. A mídia cumpre o papel de defender esse projeto, criando narrativas que escondem a importância dos Correios e distorcem sua história.
O Brasil perde sem um Correio público
Os Correios não são apenas uma empresa que entrega encomendas. São um serviço de Estado, essencial para a integração do país. Somente a ECT tem estrutura, capilaridade e responsabilidade pública para:
distribuir provas do Enem, urnas eleitorais e materiais oficiais;
entregar livros didáticos, medicamentos e vacinas em qualquer região;
manter atendimento em milhares de municípios onde nenhuma outra empresa opera;
atuar em emergências, como ocorreu nas enchentes do RS e de MG.
Empresas privadas não vão assumir essas tarefas. Elas atuam onde há lucro e só. O que não dá retorno financeiro, fica para trás. É por isso que defender os Correios públicos é defender o direito de comunicação postal de todo cidadão brasileiro, independentemente de onde vive.
Haddad também explicou a situação financeira atual da empresa. Para reorganizar sua estrutura e retomar a capacidade de investimento, a ECT precisará de um empréstimo de cerca de R$ 10 bilhões. O Tesouro Nacional pode garantir essa operação, mas para isso deve haver um plano firme de reestruturação, com metas, transparência e visão de futuro.
E essa é a postura correta: o Correio é patrimônio nacional. Já deu lucro na maior parte de sua história e tem todas as condições de voltar a ser forte, desde que seja bem administrado e receba o aporte necessário, defende a FINDECT.
A luta continua e com ainda mais razão
A fala de Haddad desmonta a narrativa privatista e reforça a importância do serviço postal brasileiro. Mas isso não encerra o debate: a mídia e os grupos econômicos continuarão pressionando. Por isso, a unidade da categoria e o posicionamento firme das entidades sindicais são fundamentais.
A FINDECT seguirá cobrando:
transparência no processo de reestruturação;
investimento adequado;
melhores condições de trabalho;
respeito aos trabalhadores;
defesa inegociável do caráter público dos Correios e dos direitos dos trabalhadores.
Os Correios são parte da história do Brasil, são essenciais para a população e continuam sendo imprescindíveis para o desenvolvimento do país. Privatizar não é uma opção. Reconstruir é o caminho.
Fonte: FINDECT