CORREIOS ANUNCIAM FECHAMENTO DE 44 AGÊNCIAS ESTRATÉGICAS: QUAL O VERDADEIRO INTERESSE POR TRÁS DESSA DECISÃO?
Publicada dia 08/10/2024 17:12
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A FINDECT cobra esclarecimentos dos Correios sobre a decisão de fechar agências CEM e alerta para o enfraquecimento da estatal em um momento crucial para sua recuperação financeira.
A FINDECT expressou, por meio de ofício enviado à direção da ECT, sua profunda indignação e preocupação com a decisão de fechar 44 agências CEM (Correios Empresa), cuja atividade está prevista para encerrar em janeiro de 2025. Essas unidades desempenham um papel estratégico na captação de grandes clientes e contratos empresariais, fundamentais para a geração de receita dos Correios. Diante desse cenário, a federação questiona: qual o real interesse em desmantelar unidades tão importantes?
As agências CEM são responsáveis pelo atendimento a grandes corporações, oferecendo serviços personalizados e soluções logísticas para empresas que necessitam de um suporte robusto. Essa especialização garante contratos de alto valor que fortalecem a receita da estatal e mantêm sua competitividade no mercado. Fechar essas unidades não apenas diminui a capacidade dos Correios de atrair grandes clientes, como também favorece a expansão de agências franqueadas, que atuam de forma privada e sem a mesma fiscalização, enfraquecendo a estatal em um mercado já competitivo.
O fechamento das agências CEM ocorre em um momento delicado para os Correios, que acumularam mais de R$ 2 bilhões em prejuízos nos últimos anos. Ao invés de optar por uma estratégia de fortalecimento, modernização e ampliação das agências especializadas, a empresa adota uma medida que parece desestabilizar ainda mais sua posição financeira, prejudicando diretamente sua capacidade de recuperação e crescimento.
Para a FINDECT, essa decisão representa um grave erro estratégico. As agências CEM são peças-chave para garantir a sustentabilidade da estatal, e seu fechamento poderá acarretar em perdas significativas de contratos empresariais e de importantes fontes de receita. A alternativa mais acertada seria investir na ampliação e modernização dessas unidades, aproveitando sua estrutura para atrair novos contratos e aumentar a competitividade da estatal.
Outro ponto de alerta da FINDECT está relacionado ao crescimento das agências clandestinas, que utilizam ilegalmente a marca e a estrutura dos Correios, conforme amplamente denunciado pela imprensa. Em vez de combater essas operações ilegais que prejudicam a estatal, a ECT parece focada em reduzir sua própria atuação, fragilizando ainda mais sua presença no mercado postal e logístico.
O impacto desse fechamento será sentido em diversas regiões do país, especialmente no Rio de Janeiro, São Paulo Interior, São Paulo Metropolitana e Maranhão, onde 17 das 44 agências estão localizadas. A redução dessas unidades enfraquece a captação de contratos empresariais em áreas cruciais, prejudicando a geração de receitas e comprometendo o atendimento de qualidade à população.
A FINDECT questiona diretamente: qual é o real interesse em fechar agências que desempenham um papel tão importante na sustentação e na competitividade dos Correios? E por que essa urgência em implementar uma medida que desestrutura a estatal, enfraquece sua atuação e compromete a prestação de serviços essenciais à população?
A FINDECT também reforça a importância de manter os Correios como uma empresa pública, essencial para a população, presente em todos os municípios brasileiros. A federação defende não apenas a preservação das unidades existentes, mas também a ampliação da atuação dos Correios para novas áreas, sempre respeitando os direitos dos trabalhadores e garantindo um serviço de qualidade. Além disso, é fundamental que a empresa invista na contratação de mais funcionários para melhorar a operação e o atendimento.
Portanto, a pergunta que fica é: quem realmente se beneficia com o enfraquecimento dos Correios e o fechamento de suas agências mais estratégicas?
Ofício Nº SGD 467-2024 – Solicitação de reversão do processo de fechamento de Agências CEM
Fonte: FINDECT